A Dinamarca emergiu como o país menos corrupto do mundo pelo segundo ano consecutivo, seguido de perto pela Finlândia, Cingapura e Nova Zelândia, de acordo com o 2024 Índice de percepções de corrupção (CPI) liberado pela Transparency International. A Índia, no entanto, viu um declínio em seu ranking, caindo para o 96º lugar em 93º no ano passado, com uma pontuação de 38 em 100.
O CPI classifica 180 países e territórios com base nos níveis percebidos de corrupção do setor público, avaliados por especialistas e empresários. A escala varia de zero (altamente corrupto) a 100 (muito limpo). Enquanto a Dinamarca obteve um 90 quase perfeito, a pontuação da Índia de 38 ressalta os desafios em andamento enfrentados pelo país no combate à corrupção em seu setor público.
Comparações regionais
Entre os vizinhos do sul da Ásia da Índia, o Paquistão, o Sri Lanka, o Bangladesh e a China também estavam lutando com baixos rankings. O Paquistão ficou em 135º, enquanto o Sri Lanka estava na 121ª. Bangladesh ficou ainda mais baixo no 149º, enquanto a China se saiu um pouco melhor no 76º. O relatório destaca que a corrupção continua sendo um problema significativo em toda a região, com muitos países fazendo pouco progresso ao abordar o problema.
As descobertas do relatório indicam que a pontuação média global de corrupção permanece estagnada aos 43, com mais de dois terços dos países pontuando abaixo de 50. A transparência internacional avisa que, apesar de alguns progressos em países como a Ucrânia, os níveis de corrupção em todo o mundo continuam altamente altos, minar os esforços enfrentar desafios globais, como mudanças climáticas e violações dos direitos humanos.
Declínio nas nações ocidentais
O relatório do CPI de 2024 também sinaliza um declínio preocupante nas pontuações de corrupção para várias nações ocidentais. Os Estados Unidos, por exemplo, caíram de 69 pontos para 65, escorregando de 24 para 28º lugar. A França e a Alemanha também viram declínios, com a França perdendo quatro pontos e seis lugares, e a Alemanha perdendo três pontos e seis lugares, caindo para a 15ª posição, empatada com o Canadá.
O relatório também destaca uma tendência pior dos regimes autoritários, com a Rússia sofrendo uma queda de quatro pontos para 22, em grande parte atribuída à invasão da Ucrânia. Apesar disso, a própria Ucrânia mostrou algum movimento positivo, fazendo avanços na independência judicial e nos processos de corrupção de alto nível, embora sua pontuação tenha caído ligeiramente em um ponto para 35.
Ameaça de corrupção global
O Sudão do Sul e a Somália permaneceram no fundo do índice, com pontuações de 8 e 9, respectivamente. A Venezuela e a Síria também ficaram entre os mais corruptos, com pontuações de 10 e 12.
A Transparency International alerta que a corrupção não é apenas um obstáculo ao desenvolvimento econômico, mas também uma grande ameaça à democracia, estabilidade e direitos humanos. “Os níveis globais de corrupção permanecem assustadoramente altos, e os esforços para reduzi -los estão vacilando”, afirma o relatório. Ele exige uma ação urgente para lidar com a corrupção, com ênfase particular na proteção dos esforços de mitigação das mudanças climáticas da influência corrupta dos interesses do setor privado e dos centros financeiros que atraem fundos ilícitos.
O CPI de 2024 também destacou o efeito prejudicial que a corrupção tem sobre os esforços para combater as mudanças climáticas. O uso indevido de fundos climáticos e influência indevida do setor privado pode obstruir as políticas destinadas a reduzir as emissões e se adaptar aos efeitos do aquecimento global. “A corrupção na ação climática leva a danos ambientais, pois os fundos destinados aos esforços de mitigação vital e adaptação são roubados ou mal utilizados”, observa o relatório. Proteger esses esforços da corrupção é essencial para garantir sua eficácia e fornecer apoio crítico a populações vulneráveis em todo o mundo.