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Mercados mundiais caminham para choque de realidade após mês de Trump

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Por Naomi Rovnick, Dhara Ranasinghe e Nell Mackenzie

LONDRES (Reuters) – Novembro foi um mês de vencedores e perdedores claros com a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas de 5 de novembro.

As negociações de Trump, essencialmente punindo activos sensíveis às tarifas dos exportadores europeus para o peso mexicano e direccionando o investimento para as acções dos EUA e o dólar, revelaram-se bem-sucedidas. Wall Street se recuperou, o dólar ganhou 2% em relação às principais moedas rivais e o bitcoin subiu.

Mas Dezembro poderá ser turbulento, com o comércio de Trump vulnerável a uma potencial reacção negativa do mercado obrigacionista contra a generosidade fiscal, enquanto as tarifas poderão aumentar a inflação e complicar as cadeias de abastecimento.

“As avaliações elevadas das ações (dos EUA) refletem a complacência, uma vez que o ambiente mais desafiador que esperamos não está precificado”, disse a BCA Research.

Aqui está uma olhada em alguns ativos em destaque.

1/ PROBLEMAS COM A MOEDA

O euro sofreu a sua pior queda mensal desde o início de 2022, perdendo pouco mais de 3%, para cerca de 1,05 dólares, devido aos riscos tarifários dos EUA, à agitação política na Alemanha e em França e a uma forte recessão económica regional.

Os analistas esperam mais volatilidade nos mercados cambiais de 7,5 biliões de dólares por dia, à medida que se intensifica o debate sobre até que ponto o euro pode cair e se Trump realmente impulsionará a economia dos EUA enquanto a maioria dos outros sofre.

O peso mexicano caiu mais de 1% em relação ao dólar em novembro, e a libra esterlina perdeu quase 2%. O yuan offshore da China estava prestes a sofrer a maior queda mensal desde agosto de 2023, uma queda de quase 2%.

A questão-chave nos mercados cambiais, disse Nick Rees, analista de mercado sénior da Monex Europe, é: “a vitória eleitoral de Trump pressagia uma mudança estrutural fundamental na economia global, ou os mercados estão apenas envolvidos num pânico instintivo?”

2/ BITCOIN, BOOM OU BUSTO?

Se há um ativo que o destruiu em novembro, foi o bitcoin.

A criptomoeda subiu 37%, atingindo brevemente a marca de US$ 100.000, na esperança de um ambiente regulatório mais favorável às criptomoedas sob Trump.

A última vez que o bitcoin subiu tanto foi em fevereiro, quando o dinheiro inundou novos produtos negociados em bolsa de bitcoin.

Então, o que vem a seguir? Para alguns na indústria, um aumento para US$ 100.000 marcaria o fato de o ativo de nicho finalmente se tornar popular.

“Se o bitcoin ultrapassar o nível de US$ 100.000… então ainda mais pessoas poderão encontrar criptografia em seu radar”, disse Dan Coatsworth, analista de investimentos da AJ Bell.

Outros consideram que existe um risco de excesso especulativo, o que significa que o aumento do bitcoin poderia facilmente ser seguido por uma queda acentuada que atrapalhe alguns investidores.

3/ TECNOLOGIA SOB TARIFAS

O Nasdaq 100, de alta tecnologia de Wall Street, obteve seu melhor ganho mensal desde junho, com a Tesla, do aliado de Trump, Elon Musk, subindo 33% e o fervor da IA ​​​​impulsionando a Nvidia, mesmo com a fabricante de chips prevendo um crescimento mais lento nas vendas.

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