Neymarestá mudando para Santos É o maior retorno ao futebol brasileiro desde que Romário deixou o Barcelona para se juntar ao Flamengo exatamente 30 anos atrás.
O Grande Ronaldo fez Volte para casa para se juntar a Coríntios em 2009, mas nessa fase já se entendia que seus melhores dias estavam atrás dele e que quaisquer exibições repletas de estrelas seriam um bônus adicional. Este não é o caso de Neymar – embora ele seja um pouco mais velho que Ronaldo era na época (ele completa 33 anos em 5 de fevereiro) e seu recorde de lesão é quase tão ruim quanto o de Ronaldo.
O retorno de Neymar ao clube em que ele jogou entre 2009-13 não é uma turnê de aposentadoria suave, uma chance final de se despedir. Pode ser visto como uma plataforma para o que seria o maior triunfo de sua controversa carreira: ajudar o Brasil a uma sexta vitória indescritível da Copa do Mundo no próximo ano.
Essa é a diferença essencial entre o retorno de Neymar e o de Romário em 1995. O atacante diminuto (apelidado de “The Little One” em português) estava com 29 anos quando voltou do outro lado do Atlântico – e ele podia entrar na cidade tendo ganho o Primeira Copa do Mundo nos EUA e foi votada como Jogador Mundial da FIFA do ano. Ele escalou os Twin Peaks.
Estes têm sido os palitos de medição pelos quais a carreira de Neymar sempre foi julgada – e encontrou aquém.
A busca pelo Ballon d’Or foi o maior fator de deixar Barcelona para se juntar ao Paris Saint-Germain. Pode até ser visto como uma missão nobre, mas, embora tenha tido seus momentos, seu tempo na França não pode ser visto como um sucesso, especialmente no sentido de que jogar em uma liga tão física o expôs a tantas lesões.
O Ballon d’Or agora parece ser uma impossibilidade, mas a Copa do Mundo? Há tempo para uma última tentativa.
O torneio foi cruel com Neymar. Disponível de sua primeira Copa do Mundo por uma lesão brutal, prejudicada no segundo por uma longa demissão de lesão, sofrendo uma lesão no terceiro, mas voltando para marcar um gol de maravilha contra a Croácia, apenas para assistir ao time admitir um luxo de luxo infeliz Equalizador e colidir com penalidades – certamente ele tem alguma sorte em 2026.
Mas ele tem que voltar ao ritmo se quiser enfrentar o desafio no maior palco do mundo.
Neymar recentemente se convenceu de uma briga de mídia social com o herói da Copa do Mundo de 2002, Rivaldo. Ele estava fazendo um podcast com Romário e foi perguntado de quem ele teria ocupado as equipes anteriores do Brasil. Tostão, central, foi sua resposta para 1970, o meio-campista central Dunga para 1994 e Rivaldo no lado de 2002. Foi uma escolha difícil, visto que essa equipe apresentava um Ronaldo ao fogo e um promissor Ronaldinho.
Mas Rivaldo ficou longe de satisfeito com sua opção, e as duas estrelas abundavam on -line sobre eventos hipotéticos de 23 anos atrás. Um comentário que foi frequentemente feito foi que o par tem algo em comum: ambos são ex-jogadores de futebol.
É essa percepção de que Neymar agora tem que mudar – e nessa busca, seu retorno a Santos agora representa uma vitória e uma derrota.
É uma derrota nos termos que o próprio jogador estabeleceu. Ele estava convencido de que iria tocar na Copa do Mundo de Clubes por Al Hilal em junho e julho. Entendeu -se que essa competição serviria como um outdoor gigante anunciando seu status contínuo como um dos melhores jogadores do mundo. E então, com seu contrato com o clube saudita, ele estaria livre para se mudar para Santos ou onde quer que ele quisesse.
Esses planos foram frustrados em meados de janeiro, quando Jorge Jesus, treinador português de Al Hilal, anunciou que o clube nem sequer registraria Neymar para a Liga Saudita. Eles tinham dez slots para jogadores estrangeiros e tinham dez estrangeiros em melhores condições físicas do que Neymar – que, segundo o treinador, não conseguiu igualar o ritmo dos outros em treinamento.
Nesse ponto, dias longe de seu 33º aniversário, Neymar como jogador é uma quantidade desconhecida.
Ele sofreu sua última lesão grave jogando pelo Brasil na qualificação da Copa do Mundo em 17 de outubro de 2023. Ele voltou para Al Hilal um ano e quatro dias depois, mas em 4 de novembro, ele quebrou novamente com – previsivelmente depois de há muito tempo fora de ação – um problema muscular. Parece, então, que Al Hilal está duvidando de sua capacidade de inclinar o equilíbrio no nível mais alto.
Mas se isso é uma derrota, voltar a Santos é uma vitória – por duas razões.
A primeira é que a mudança é fabulosa relações públicas. Em uma carreira que muitas vezes dividiu as opiniões, quase todo mundo ficará feliz em vê-lo na camisa branca de Santos, brincando em seu estádio Vila Belmiro, mas apertado, mas histórico.
Santos é, francamente, um milagre de futebol. É uma cidade portuária de menos de meio milhão – pequena pelos padrões brasileiros – enquanto todos os outros grandes clubes brasileiros são das gigantes Capitais do Estado. Santos, em um bom dia, fica a uma hora de carro descendo a colina da ampla metrópole de São Paulo. E, no entanto, essa pequena cidade produziu uma equipe, baseada em Pelé, que no final da década de 1950 e até a década de 1960 tinha uma reivindicação genuína de ser considerado o melhor do mundo. Santos é um tesouro nacional e um ícone global.
A tradição foi renovada no século 21, com sucessivas gerações de maravilhosos produtos para jovens. Neymar, é claro, é o graduado líder, e seu feito em levar Santos para a Copa Libertadores em 2011 pode até ser o ponto alto de sua carreira – até agora, pelo menos. E agora, após um rebaixamento traumático, Santos retorna à primeira divisão do Brasil. Mesmo muitos que zombaram de Neymar no passado ficarão encantados se ele puder fazer algo para restaurar Santos a algo de sua antiga glória.
E a segunda razão é que Santos lhe dará todas as oportunidades de fazer exatamente isso. Isso não é Al Hilal, com um esquadrão tão profundo que eles podem se dar ao luxo de deixar um nome famoso. Supondo que ele esteja em qualquer lugar, Neymar será o primeiro nome na folha de equipes de Santos. Ele terá todas as oportunidades de mostrar que há mais capítulos a serem escritos.
O mais dramático de todos esses capítulos, é claro, é o único sobre a Copa do Mundo de 2026. No início da atual campanha de qualificação da Copa do Mundo, Neymar ultrapassou Pelé para se tornar o maior goleador de todos os tempos do Brasil. Desde sua lesão, o Brasil lutou mal sem ele. Com dois terços da campanha jogada, o Brasil fica em quinto lugar na tabela Conmebol. Em qualquer Copa do Mundo anterior, haveria dúvidas genuínas sobre sua capacidade de se qualificar. Com a América do Sul tendo seis slots automáticos no torneio recém -ampliado, parece não haver dúvida de que o Brasil estará lá no próximo ano.
Mas o Brasil não pode ir apenas para compensar os números. Qualquer coisa menos do que vencer o torneio é considerada um fracasso. Depois de 24 anos sem vitória, o Brasil precisa. Neymar também precisa disso. O treinador Dorival Júnior está esperando ansiosamente por sua recuperação e há um buraco em forma de neímhar no time do Brasil. Neymar pode preenchê -lo? É a questão mais intrigante desse retorno fascinante e romântico a Santos.